segunda-feira, 29 de setembro de 2014

#53 - Nada.

Mais uma vez, o nada.
O nada serve, nada presta, nada nunca está bom, nada nunca é como deveria ser.

E se perde o tudo.
Tudo que é dito, tudo que é mudado, tudo que é feito, até mesmo sem se querer.

E desse jeito, tudo é nada, e nada nunca é o suficiente.

Ate que.. nada.


terça-feira, 16 de setembro de 2014

#52 - Ter você aqui.

Acordou. Mais um dia sem ela ao lado. Então se perguntou o porque de ainda acreditar.
Por mais que tenha ouvido muitas vezes, a maior parte delas em meio a roupas ao chão e lençóis amassados, sempre foi mentira: Ela não era dele.

Ela, claro, era do mundo. Sem muita ideia de pra onde estava indo, pousou por um tempo ao lado dele, fez seu ninho e repousou, até o dia em que sentiu falta de voar.
E o problema foi o meio.

Ele nunca foi santinho, das que pousaram e voaram já perdeu as contas, mas nunca quis que nenhuma repousasse antes. E embriagado por essa nova experiência, pensou que seria pra sempre.
Só que, por mais que seja clichê, o pra sempre acaba. E depois de dois anos (longos ou curtos, dependendo da ótica) o deles acabou. Tão repentinamente que nem os mais ligados na história entenderam. Era difícil ver os dois separados, e agora só se via ele.

Mas falando em entender, nem mesmo ele sabe bem o que aconteceu. Ele só a viu comentando que as asas foram feitas pra voar, e que ela estava saudosa do mundo. E voou. Simples assim, como quem nunca tinha ficado. Ele nem pode tentar convence-la. Quando viu, não tinha volta.

E hoje, ele não voa mais. Metade por não querer mesmo, e a outra metade por achar que, caso esteja voando, ele pode não estar quando ela voltar. Mas tem medo de admitir a pior metade: o receio de encontra-la repousando em outro lugar, e assim ter a certeza que não mais a terá aqui.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

# 51 - Breathe

Hoje tive um misto de pesadelo/realidade paralela.
E nessa forma autônoma de pensamento, por um momento, me vi derrotado.

Vi o mundo me virando as costas, e todos os meus planos desmoronando como castelos na areia.
Vi todos que eu sempre confiei e quis dar orgulho, me condenando por coisas que fogem ao meu controle. Me vi sendo trocado por quem disse nunca me abandonar.
Vi meu corpo padecer em meio ao caos, e a vida aos poucos sair de mim, enquanto eu não podia (ou mesmo não queria) fazer nada para mudar a situação.

"Respira", eu dizia pra mim mesmo. "Você precisa respirar".

E de repente, o telefone toca, e uma nova chance me é concedida. E novos pensamentos se embaralham em minha mente. E tudo se transforma por um momento, ou poderia ser por mais que isso?

Resolvi sair pra pensar, no que tudo isso quis dizer. Me dizer. Não dizem que sonhos são alertas?
E se sonhos são alertas, quais lições tenho que tirar desse?

Sei que nem tudo esta sob nosso controle, mas será que por conta disso, eu tenho deixado coisas fugirem do meu por puro comodismo? Será que estou controlando 100% do que poderia controlar?

E sei que nem todos são merecedores de nossa confiança, porem prefiro acreditar que alguns poucos o são. E será que venho depositado tal confiança nos poucos certos?

Por ultimo, mais do que tudo, meu corpo é minha morada. Ele esta sendo cuidado como deveria? Estou levando a vida que poderia, deveria, e acima de tudo, desejaria viver?

"Respira", eu continuo dizendo a mim mesmo.. "Você precisa respirar".